O processo de autoconhecimento vai além de simplesmente identificar o que pensamos e sentimos. Não se restringe à constatação de que possuímos uma mente capaz de gerar pensamentos e emoções, ou que temos um coração e um cérebro com uma complexa rede elétrica, o sistema nervoso.
É importante destacar que este artigo não tem a intenção de ser um estudo científico ou psicológico, nem pretende abordar de forma exaustiva ou definitiva o tema proposto para esta fase da jornada. Seu propósito é servir como um guia para orientar o conteúdo que será desenvolvido durante o encontro ao vivo da sexta edição da jornada online, em 2024.
A verdadeira jornada do autoconhecimento começa com o estudo, passa pelo autoestudo e pela auto-observação, e segue por camadas profundas e intermináveis até alcançar o núcleo primordial do ser – a centelha divina, nossa essência espiritual. O caminho é longo e árduo até atingir as camadas mais profundas do ser, mas a libertação conquistada é a maior recompensa que um ser humano pode alcançar.
Na quarta estação da Jornada de Autoconhecimento pelos Caminhos do Tarô, aprofundamos ainda mais os estudos sobre nossa individualidade, expressa por meio da personalidade. Essa fase é guiada pelos Arcanos O Mago, A Sacerdotisa, A Imperatriz e O Imperador. Agora, nossa atenção se volta para o terceiro corpo – o Corpo Mental, conforme abordado no artigo anterior sobre O Mago.
Nesta estação, exploramos o ser humano em seu aspecto trino, como uma entidade dotada de três níveis de consciência: a consciência/instinto animal, a consciência/ética humana e a consciência/inteligência espiritual. Nossas atitudes e comportamentos derivam, predominantemente, de um desses três níveis, dependendo de qual está no foco central da consciência. Embora existam mais níveis de consciência a serem explorados, vamos nos concentrar nesta divisão básica, que proporciona uma compreensão fundamental de como nossos pensamentos, atitudes e comportamentos oscilam entre o animal e o humano, e do humano ao animal, raramente atingindo o nível espiritual.
A Imperatriz é o arquétipo da força criativa e da proteção, representada por uma figura feminina segurando uma criança no colo. Tudo o que é novo requer proteção, seja uma criança recém-nascida, um novo projeto, uma transformação interior ou a adoção de um novo paradigma. Na essência deste Arcano está o número 3, que simboliza a tríade da criatividade – ideia, pensamento, forma. O triângulo equilátero, a primeira forma geométrica completa, representa os três aspectos da criação – um elemento positivo, um elemento negativo e o produto gerado, neutro. Na próxima estação, com o Imperador, incluiremos mais um elemento, formando o quaternário, representando a manifestação da forma no plano material.
O arquétipo é uma imagem-pensamento, viva e vibrante, projetada como um modelo de perfeição que a alma deve esforçar-se para alcançá-lo. Somos convidados a nos manifestar de acordo com esse modelo. Visto dessa forma, o arquétipo possui uma força própria que desencadeia uma reação na consciência, abrindo espaço para que a centelha divina se manifeste no seu campo desperto.
Uma ideia elaborada no pensamento gera uma forma-pensamento, que se projeta no plano astral e permanece viva enquanto for alimentada pela energia dos pensamentos recorrentes. Muitas vezes somos perseguidos por essas “amebas” astrais, que atormentam a mente, exigindo mais energia para sobreviver. Toda vez que entramos em sintonia com elas, nossos pensamentos giram viciosamente ao seu redor, alimentando-as e mantendo-as vivas. Se for uma forma-pensamento positiva, isso é benéfico; porém, se for uma “ameba” negativa, pode causar problemas em diversas áreas da vida, como prosperidade, saúde, relacionamentos e muito mais.
O despertar é o incômodo desejo de enxergar a si mesmo de dentro para fora e se conhecer. O autoconhecimento cria uma abertura para a percepção interior da consciência. É por meio desse mergulho interior que encontramos a libertação, desfazendo os nós que nos mantêm presos às ilusões do passado.