A Roda do Destino na Jornada de Autoconhecimento Pelos Caminhos do Tarô

É importante destacar que este artigo não tem a intenção de ser um estudo científico ou psicológico, nem pretende abordar de forma exaustiva ou definitiva o tema proposto para esta fase da jornada. Seu propósito é servir como um guia para orientar o conteúdo que será desenvolvido durante o encontro ao vivo da sexta edição da jornada online, em 2024.

A Roda do Destino gira implacavelmente, incessante em seu movimento, alternando ciclos, sucedendo encarnações e impulsionando, de forma contínua, a evolução em todas as formas de manifestação da existência. Esse movimento perpétuo nos convida a refletir sobre as inevitáveis transformações que moldam e direcionam nossa jornada espiritual.

O destino nos oferece as oportunidades, o livre-arbítrio nos concede o poder de escolher, e o carma traz as consequências de nossas ações, registradas na consciência e no panorama de nossa jornada. Dessa forma, os ciclos se repetem incessantemente, interligando cada etapa à anterior e estabelecendo os alicerces para aquela que virá no futuro. Esses ciclos, em suas rotações e contrações, transformam e regeneram continuamente a consciência, guiando-a rumo à plenitude espiritual para a qual está destinada. O caminho é longo, e a passagem é estreita; para adentrarmos no sagrado templo da vida eterna, é necessário nos curvar, aceitar e nos submeter, com humildade, aos processos cíclicos da existência.

Na Estação 11 da Jornada de Autoconhecimento Pelos Caminhos do Tarô, fazemos uma pausa para refletir sobre os ensinamentos adquiridos ao longo dos nove Arcanos anteriores – O Mago, A Sacerdotisa, A Imperatriz, O Imperador, O Grande Sacerdote, A Escolha, O Triunfo, A Justiça e O Eremita. Este é um marco significativo, conhecido como o momento do “primeiro testamento”. Esses estudos e reflexões são conduzidos sob a orientação do Arcano 10 – A Roda do Destino.

O testamento é o símbolo de uma passagem para uma nova consciência, e a aceitação dos ciclos da vida e a continuidade da existência em diferentes formas; um momento de transição e de reconhecimento da impermanência de tudo o que acreditávamos ser estável ​​e permanente. O décimo Arcano, que simboliza a sabedoria cíclica da existência, nos ensina que tudo retorna à sua origem, dando início a um novo ciclo de aprendizado e evolução. Esse movimento permanente reflete a dinâmica contínua da transformação em todas as formas e manifestações da vida e da consciência, um processo ininterrupto que nos conduz rumo à plenitude e à realização do propósito maior.

Da Unidade partimos, e a ela retornaremos após uma sucessão de incontáveis ciclos e alternâncias. A dualidade é uma etapa transitória do tempo, que procede da Unidade, assim conduz também à Unidade. Quanto mais rapidamente atravessarmos essa etapa, mais cedo alcançaremos a plena liberdade. Isso nos leva a compreender que esses movimentos, transformações e renascimentos não ocorrem ao acaso; eles representam a própria dinâmica da vida e da consciência, marcando cada estágio da evolução. Por meio dessa jornada, todas as formas de manifestação da criação buscam, por esforço contínuo, alcançar a próxima etapa, ascendendo a uma oitava superior, impulsionadas por uma força interna inata. No ser humano, esse impulso desperta na consciência e pode ser acelerado pela ação da vontade. O desejo de libertar-se, o quanto antes, de todo o sofrimento inerente às encarnações, torna-se uma força poderosa para transcender as limitações e avançar rumo à plenitude espiritual.

O décimo Arcano representa um testamento preparatório para a próxima etapa da jornada libertadora, através das transformações regenerativas da consciência aprisionada na matéria. Esse é um processo, por vezes, doloroso, pois exige que enfrentemos as sombras que ocultamos de nós mesmos por vergonha, medo ou culpa. Essas sombras, profundamente enraizadas, perturbam nossa paz interior e nos desafiam a confrontar o que precisa ser curado para avançarmos rumo à plenitude espiritual.

No caminho do desenvolvimento espiritual, é essencial evitar a desconexão do mundo. Estar no mundo é uma experiência distinta de pertencer ao mundo, pois reflete a capacidade de amar sem se apegar. No entanto, é igualmente importante assegurar que o desapego do mundo não se transforme em um apego à própria espiritualidade. Onde quer que haja apego, encontra-se o ego no centro das intenções. Assim, o desapego, ainda que necessário, pode trazer desafios e riscos, especialmente para aqueles que buscam a espiritualização de forma intensa e ardente.

Devemos dirigir nosso olhar em todas as direções – para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda – sempre conscientes de nossa posição central. É no centro que a consciência, como observadora atenta, capta e integra os aprendizados. Ela se move para explorar, mas mantém-se simultaneamente estável em seu núcleo, sustentando o equilíbrio necessário para o autoconhecimento e a evolução.

A evolução, assim, representa o movimento incessante da vida manifestando-se na consciência de cada forma, seja material ou imaterial, impulsionando o espírito em direção a níveis mais elevados de amor e inteligência. Essa jornada é marcada por uma constante luta entre forças opostas, em um processo cíclico que nos conduz, passo a passo, a patamares superiores de desenvolvimento espiritual.

O progresso decorre de uma sucessão de ciclos contínuos de construção, destruição e reconstrução, no qual cada etapa prepara o terreno para a próxima. Para que o ser humano possa ascender aos níveis mais elevados de consciência, amor e inteligência, é necessário abraçar os processos cíclicos da existência, reconhecendo que cada transformação, por mais desafiadora que seja, é uma oportunidade de aprendizado e evolução. Nesse percurso, é essencial equilibrar a natureza material e espiritual, integrando o animal e o divino dentro de si, e agir como uma ponte entre a Terra e o Céu. Somente assim a jornada rumo à plenitude e ao propósito maior pode ser trilhada.

Assim, o décimo Arcano nos ensina que a evolução espiritual é um movimento contínuo de transformação e regeneração, impulsionado tanto pelos desafios quanto pelas oportunidades que encontramos ao longo do caminho. Enfrentar as sombras não é apenas um ato de coragem, mas também uma demonstração de amor por nossa essência mais profunda, que almeja liberdade e plenitude. Ao aceitarmos o fluxo cíclico da vida e trabalharmos conscientemente para integrar luz e escuridão, damos um passo significativo rumo à realização do propósito maior de nossa existência – a reconexão com a Unidade primordial e a ascensão a níveis superiores de consciência.

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