Todos nós vivemos imersos no campo mental que emitimos. A onda do pensamento surge na emoção e no sentimento, na sensação, na percepção, ressuma na consciência e se espalha pela atmosfera psíquica levando consigo as emanações da emoção e do sentimento cultivado. A consciência recolhe a impressão e elabora o pensamento, que se organiza em ideia pela imaginação e segue formando a atitude que se exprime em comportamento movendo a ação.
Quantos enganos nós ainda cometemos em nome da ignorância! Quantos julgamentos insensatos e condenações sumárias nós executamos sem antes rever nossos próprios posicionamentos dentro do cenário no qual nos vemos envolvidos com os outros, sem antes examinar nossa própria consciência e comparar nossas próprias atitudes na relação com aqueles que são objeto do nosso conflito interior!
Para que serve um extenso currículo acadêmico, se o coração ainda não consegue administrar o sentimento mais puro da generosidade, do amor, da compaixão e da solidariedade? O ser humano orgulhoso, que se identifica com seu próprio status intelectual, sem o sentimento de humanidade que desponta na compaixão, pode usar todo seu conhecimento como arma de destruição da vida.
“Transitando por diferentes níveis de discernimento e de lucidez, a conquista da consciência constitui o grande desafio existencial”. – Divaldo Franco
Nós ainda temos grande dificuldade para falar de Jesus e seus ensinamentos, fora do âmbito das religiões, porque nossa visão está turvada pelos conceitos pré-concebidos nas crenças implantadas e nos dogmas restringentes que assimilamos em séculos de distorções da verdade. Mas Jesus não foi fundador de nenhuma religião, e seus ensinamentos transcendem a qualquer aspecto delimitador que se queira impor a eles.
O roteiro da corrupção se estabelece no desejo de se levar alguma vantagem, em qualquer ocasião, no jeitinho de resolver as coisas à margem da lei ou da ética. A sutileza nos surpreende quase sempre em se tratando de nossas atitudes éticas. Outro dia eu conversava sobre ética com uma pessoa, no supermercado, e quando passei pelo caixa me flagrei largando o cestinho na ponta do checkout em vez de recolocá-lo no local onde o peguei. Ato simples, quase nada, mas é um começo de roteiro para a corrupção.
Nosso senso de solidariedade desperta muito mais nos momentos de sofrimento, de doença ou de tragédia, seguindo a uma lógica estabelecida pelo senso moral. Mas a solidariedade não escolhe momento nem ocasião, porquanto, por trás do sucesso momentâneo se escondem os mesmos motivadores da nossa solidariedade, só esperando pela oportunidade de ser manifestada.