O Despertar da Consciência Para Uma Vida Mais Saudável

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O momento é de grandes transformações na consciência humana. Poderíamos dizer que o mundo está passando por grandes transformações, mas o mundo do lado de fora nada mais é que as consciências humanas entrelaçadas formando um conceito, uma ordem, um modelo de sociedade e de coexistência. Portanto, todas as mudanças, mesmo aquelas provocadas pelos eventos externos, como guerras e catástrofes, são mudanças de consciência. Às vezes a mudança acontece pela reflexão e conscientização, outras vezes é preciso que haja um choque externo.

Nós estamos despertando de um profundo sono, que acreditávamos ser o conforto de uma vida sem problemas, sem doenças, sem sofrimentos, sem carências, tudo sob controle de órgãos e instituições que nos ofereceram esse modelo esdrúxulo de sociedade, que vende saúde, vende felicidade, vende tudo pronto para ser consumido. Acreditamos que bastava assinar o sistema e estaríamos sendo supridos de todas as nossas necessidades mais importantes para uma vida feliz. E nós é que estamos nos autoconsumindo.

Nós estamos despertando para uma nova realidade, e estamos nos dando conta de que somos nós os criadores de todas as realidades, e que ninguém mais pode nos proporcionar saúde, abundância e felicidade, se não buscarmos esses estados, em nosso próprio interior.

Saúde é o estado natural do corpo e da alma vivendo em plena harmonia; vem do equilíbrio que mantemos entre aquilo que desejamos e aquilo que nos é lícito fazer.

Uma nova maneira de viver, dentro de um novo paradigma, que nada de novo tem. É paradoxal, mas tudo o que pensamos estar aprendendo estamos só reaprendendo, pois são conceitos muito antigos. O conceito de saúde integral já existia no antigo Egito. Ptah Otep, o primeiro organizador de um sistema de medicina que se tem conhecimento, por volta de dois mil anos antes de Cristo já ensinava que, “não se trata de curar o espírito através do corpo, mas de curar o corpo através do espírito”. Os Essênios na época de Jesus também praticavam uma medicina terapêutica preventiva baseada na manutenção da harmonia psicossomática. Eles curavam aqueles que já estavam doentes, mas os preveniam também de se manterem saudáveis através de práticas terapêuticas preventivas, de alimentação equilibrada e da harmonia mental e emocional. Hoje nós sabemos, por várias vias, que tudo isso funciona.

Por muito tempo nós acreditamos em um sistema de medicina que, por um lado está muito avançado em termos de tecnologias, para salvar a vida morte daqueles que se acidentam ou contraem doenças crônicas, com ambulatórios, salas de cirurgia e laboratórios sofisticados, mas que, por outro lado ainda está muito atrasado em termos de conceitos e manutenção da saúde, porque se sustenta no estreito e limitado paradigma materialista que não considera os outros aspectos da realidade humana, e trata a doença não o ser humano. Esse sistema mantém o ser humano vivo, mas não necessariamente saudável. Cada medicamento químico ingerido deixa um rastro de efeitos colaterais, que quase sempre desemboca em outras doenças. A luta dessa medicina alopática contra as bactérias está sendo perdida há anos, mas ela continua matando e as bactérias querendo sobreviver; para sobreviver elas são forçadas a se adaptar criando resistências aos antibióticos. É um paradigma totalmente fora de propósito, totalmente errado, porque não se cura matando. Mas a mudança de consciência está chegando aí também.

A cura vem pelo restabelecimento do equilíbrio psico-orgânico, e a saúde se mantém pelas práticas saudáveis de alimentação, exercícios físicos, pensamentos e emoções.

Hoje nós vemos inúmeros profissionais em todo o mundo trabalhando para recuperar os antigos e verdadeiros conceitos de saúde. Eles estão em toda parte, nas universidades, em seus consultórios; são médicos, terapeutas, acadêmicos ou não, mas todos resgatando as práticas de cura que sempre funcionaram, que eram praticadas por nossos ancestrais e nos foram ensinadas por grandes mestres. Todos dando sua contribuição, cada um dentro de sua área de atuação. Uns ensinando formas saudáveis de alimentação, outros ensinando a cuidar do corpo com exercícios físicos, outros praticando técnicas  como acupuntura, reiki, florais, homeopatia, fitoterapia, xamanismo, medicina ayurvédica, medicina tradicional chinesa e diversas outras; outros cuidando do sistema mental-emocional através de psicoterapias, palestras, artigos e livros publicados. Cada um a seu modo, todos contribuem de alguma maneira para a interação nesse novo paradigma, para resgatar o ser saudável que está em nossa natureza essencial.

Nós somos a consciência que habita o corpo; e o corpo se ajusta aos padrões mentais e emocionais que a consciência escolhe.

A mente é o mecanismo da consciência, e as emoções são excitação de energia que segue os pensamentos; o corpo absorve e ativa, através dos sistemas nervoso e glandular, a bioquímica que afeta cada órgão conforme o padrão das emoções. Se pensarmos em termos de doença, acreditando nela, ela se manifestará no corpo; se pensarmos em termos de saúde, acreditando ser esse o nosso estado natural, o corpo se manterá saudável, pois ele é o resultado do programa executado pela consciência que o habita. O corpo físico é uma formação ideoplástica, isto é, massa de tecidos, órgãos e células que se molda nos padrões da alma através dos pensamentos e das emoções.

Se nossos pensamentos são saudáveis, as emoções seguirão o mesmo padrão e o corpo absorve essas informações moldando-se conforme elas são. Mas se pensarmos que podemos adoecer, as emoções são contaminadas por esses pensamentos e o corpo também se molda a esse padrão mental-emocional.

Mas não basta só pensar bem e cultivar emoções saudáveis, o corpo precisa também ser nutrido, e aí entra como componente importante a qualidade do que ingerimos, bem como a quantidade certa na hora certa que o corpo pede.

O corpo formou-se através de milhares de anos – talvez milhões – e sabe do que precisa para funcionar. Ele adquiriu uma consciência e uma sabedoria próprias, que o mantém funcionando independente de estarmos atentos ou não – respiração, circulação, as funções de cada órgão;  também ele sabe de suas necessidades nutritivas. Basta observar e perguntar ao corpo o que está lhe faltando que ele dá a resposta na hora.

Passe a mão sobre uma maçã, por exemplo, e pergunte se ele precisa dos nutrientes que ela contém; se o corpo estiver necessitando emitirá um sinal através da salivação. Mas se ele não precisa daqueles nutrientes, nada vai acontecer. Então, por que comer a maçã?

O sistema é bastante sofisticado para saber tudo o que precisa ser feito; nós só precisamos aprender a observar essa integração do corpo com a alma.

A alma expressa a consciência da maneira mais ampla através do pensar e do sentir – a mente, os sentimentos e as emoções.

Nós não podemos saber tudo como ser consciente – cabeça, mente e intelecto –, porque estamos entranhados nessa rede de compartimentos complexos e aprisionados pelo corpo. Por isso o corpo tem de saber se virar por si só, até certo ponto. Ele obedece aos comandos programados pela consciência e os executa a seu ritmo e tempo, sem necessidade de interferência.

Ele responde aos comandos da consciência na medida da força e capacidade dessa consciência de estabelecer uma relação de poder sobre a matéria.

A inteligência corporal é instintiva e se submete à inteligência superior, mas se ela não é ativada ele continuará fazendo as coisas do seu jeito, no seu ritmo e tempo, conforme aprendeu até o momento atual. Mas como bom aluno que ele é, continua sempre aprendendo novas maneiras de sobrevivência.

Luìz Trevizani – 04/08/2014