O Mundo Precisa de Silêncio

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Há muito barulho atordoando nosso mundo interior. Reflexos do mundo exterior, no qual nós estamos mais ligados que em nosso mundo interior, essas turbulências ocorrem dentro de nós afetando nossa paz, perturbando nossa consciência.

O mundo exterior tornou-se um lugar de difícil convivência e muita confusão, porque nós não sabemos distinguir o que é de dentro de nós e o que nos afeta vindo de fora.

Nossos conflitos se misturam entre aqueles que projetamos de nosso íntimo e os que reagimos de fora vindo dos outros.

Além disso, nós estamos no auge do egoísmo, da separatividade, do individualismo exacerbado, do orgulho e vaidade, do materialismo destrutivo. Tendemos a reverter esse processo, pelo sofrimento que ele nos causa, quando já poderíamos tê-lo feito pelo despertar da consciência amorosa, antes do sofrimento.

Pensamentos esclerosados de tanto rodar na mente sem a mínima lógica e razão envoltos por emoções as mais tolas ou bestiais tornam a vida uma experiência profundamente triste, para aqueles que não se reconhecem como espíritos eternos portadores de consciência, inteligência, ética e moral para discernir e escolher quais pensamentos são merecedores do ato de pensar.

A turbulência dos pensamentos que transitam na mente tem de tudo, menos a consciência do pensar.

Fruto dessa árvore galhosa e espinhenta, o sofrimento criado na mente se transfere para as emoções e o cotidiano da vida, e as emoções perturbadas alimentam novos pensamentos e a confusão se estabelece no sistema nervoso, nas células, e o corpo se rende à doença como meio de recuperar as forças psíquicas detonadas pela tempestade mental e emocional. Ocorrendo tudo isso inconscientemente.

E por não saber lidar com toda essa complexidade de pensamentos e emoções, muitos são aqueles que se entregam ao desalento da depressão, ou querem fugir pela via da ansiedade antecipando as soluções para os problemas que os aflige, sem, no entanto, encará-los como criações suas, única via para resolvê-los.

Distrações, festas, bebidas, drogas, remédios, sexo, são agregados das rotas de fuga estabelecidas levando sempre mais ao encontro do sofrimento da alma, do vazio existencial, da falta de sentido para a vida.

O pensamento é o diretor da vida, mas é a consciência que a preside.

O pensamento cria as condições para a vida que escolhemos viver de acordo com o nível de expansão da consciência.

Nós precisamos de mais silêncio e paz.

Precisamos desligar os aparelhos que nos conectam com o mundo exterior, pelo menos por alguns minutos diários, e nos recolher ao nosso mundo interior para organizar as coisas por lá e manter a paz.

Precisamos organizar pensamentos e emoções, distinguir os sentimentos que são os guias da razão emanados da alma dando sentido à vida.

Todos nós precisamos de paz para viver em “saudável” consciência. Precisamos de recolhimento para sentir a vida em nós, para observar os pensamentos e discernir entre aqueles que são merecedores de nossa atenção, e aqueloutros que são ondas captadas pelo nosso cérebro; que não se originam da própria consciência.

A pacificação do mundo exterior só se dará quando mais mundos interiores forem pacificados; quando nossas turbulências e conflitos interiores forem acalmados.

Precisamos de silêncio!

Luìz Trevizani - 11/02/2017