Há Quatro Verdades Nobres no Budismo:
A Verdade da Dor – O sofrimento e a dor são fatores inerentes a toda forma de existência no mundo.
A dor é inerente a todas as formas vivas; o sofrimento resulta da maneira como cada um lida com a dor. Mas precisamos entender isso de modo que não venhamos a cair na ingênua crença de que o ser humano, no estágio atual de sua evolução, é capaz de sentir a dor sem sofrimento.
Além da dor física, causada por acidentes ou doenças, o ser humano passa por processos emocionais e psicológicos dolorosos, muitas vezes piores do que qualquer dor física. Seu sofrimento, em alguns casos é tão intenso que se torna quase insuportável, ou até mesmo insuportável para alguns.
Portanto, o sofrimento sendo uma consequência da dor física, emocional ou psíquica, pode ser minimizado pelo desenvolvimento do autocontrole mental/emocional alcançado em certo grau de amadurecimento psicológico, pelo autoconhecimento.
Há que se considerar ainda o sofrimento por compaixão, quando o ser humano sofre por ver seus semelhantes sofrendo por ignorância.
A Verdade da Causa da Dor – O principal fator do sofrimento dos encarnados é a ignorância.
A dor é um aviso indicando que algo está colocando a vida orgânica em perigo; é um chamamento para observar e corrigir atitudes que geram desarmonias e atraem acidentes ou desorganizam sistemas criando doenças. Uma dor de cabeça, por exemplo, pode ser eliminada flexibilizando crenças rígidas, permitindo-se ser mais flexível com as diferenças, aceitando tudo como é.
A Verdade da Eliminação da Dor – A possibilidade de eliminar o sofrimento por meio da extinção da ignorância.
O ser humano minimiza seus sofrimentos conhecendo-se a si mesmo. O autoconhecimento é o meio pelo qual o ser humano alcança níveis mais elevados de consciência, elimina a ignorância, minimiza sofrimentos e se encaminha para experimentar a felicidade.
A Verdade do Caminho Que Leva à Eliminação da Dor – Que nada mais é que a renúncia:
• dos desejos materiais;
• da mentira;
• da crueldade;
• da falsidade;
• da futilidade;
• dos maus pensamentos.
Pensar corretamente e vigiar os sentidos materiais; não se desviar do verdadeiro caminho.
Costumamos dizer que a verdade dói, por isso nos refugiamos na mentira. Mas na verdade é a mentira uma das causas dor sofrimento, e a mentira frutifica no terreno fértil da ignorância.
A dor que a verdade provoca é a dor da desilusão, quando se está iludido pela mentira; é uma dor que se assemelha à do parto – a dor de um renascimento.
Os eventos do presente estão atrelados, em grande parte, aos eventos do passado – de encarnações anteriores; os rastros que deixamos agora serão os caminhos que haveremos de percorrer no futuro. Estamos continuamente pisando em nossos próprios rastros, e enquanto continuarmos pisando nos mesmos rastros os ciclos da ignorância gerando dor e sofrimento continuarão se repetindo, até que aprendamos que a vida é a própria inteligência que nos aprimora no processo evolutivo.
Enquanto o ser humano for egocentrado, isto é, tendo em si o centro de tudo, visando em primeiro lugar o seu próprio bem sem levar em conta como ele afetará aos outros, não haverá possibilidade de se libertar o sofrimento, do sofrimento filho do egoísmo e da ignorância. É pelo amor e pela compaixão que a libertação acontece.