O Eremita na Jornada de Autoconhecimento Pelos Caminhos do Tarô

É importante destacar que este artigo não tem a intenção de ser um estudo científico ou psicológico, nem pretende abordar de forma exaustiva ou definitiva o tema proposto para esta fase da jornada. Seu propósito é servir como um guia para orientar o conteúdo que será desenvolvido durante o encontro ao vivo da sexta edição da jornada online, em 2024.

Na escola da vida, dedica-te a desvendar o mistério que ainda não compreendes – tu mesmo. A luz que te guia nessa busca está na tua consciência; é a centelha espiritual que ilumina e expande a consciência. Este caminho, no entanto, deve ser percorrido solitariamente. Ninguém pode acompanhá-lo(a) nessa jornada de autodescoberta pelo vasto universo da vida interior. Essa busca é que dá sentido à existência.

Na Estação 10 da Jornada de Autoconhecimento Pelos Caminhos do Tarô, continuamos explorando o plano traçado para a nossa evolução espiritual consciente. Esses estudos e reflexões ocorrem em conjunto com os Arcanos A Justiça 8 e O Eremita 9.

Há um abismo entre o ser real e o ser fantasiado de ego, que ainda não conhece a si mesmo. Para atravessar esse abismo do ser desconhecido de si mesmo, no entanto, é necessário contar com alguma ajuda externa, seja através de uma escola espiritual ou de um mestre que sirva como guia nos primeiros passos. Contudo, chegará o momento em que essas ajudas externas precisarão ser abandonadas, pois o caminho do autoconhecimento é, por essência, uma jornada solitária. Ainda assim, é importante lembrar que essa libertação de qualquer suporte externo pode levar tempo e não deve ser motivo de preocupação agora. O Eremita, como símbolo do Arcano 9, reflete essa dinâmica – ele representa tanto o mestre externo que ilumina o início da jornada quanto a sabedoria interna que guia os passos finais. Atravessar o abismo exige paciência, perseverança e a compreensão de que cada etapa tem seu propósito no desenvolvimento espiritual. O caminho é individual e guiado pela própria sabedoria, que guia os passos necessários para o autoconhecimento e a evolução espiritual.

O Eremita nos ensina a valorizar o silêncio interior e a introspecção, convidando-nos a desacelerar e refletir sobre o que realmente importa em nossa jornada. Ele simboliza a necessidade de nos distanciarmos das distrações externas e das influências alheias para encontrar respostas dentro de nós mesmos. Nesse processo, a solidão pode se tornar um espaço que se abre para a revelação da verdade, permitindo-nos ouvir claramente a voz do coração. A verdadeira sabedoria não se encontra em fórmulas prontas, mas na coragem de trilhar um caminho único, construído pela conexão com nossa essência.

Quando o indivíduo começa a trilhar seu próprio caminho individualizado, em vez de flutuar à mercê das circunstâncias e do acaso, os potenciais espirituais despertam nele. Esse despertar marca o início de uma jornada mais autêntica, onde o indivíduo assume a responsabilidade pela sua evolução, guiado pela luz interior. É nesse momento que a espiritualidade deixa de ser uma ideia abstrata e se torna uma força ativa na vida, conduzindo o indivíduo a um estado de maior clareza, propósito e alinhamento com sua essência verdadeira.  

O recolhimento é essencial para restaurar as forças da alma, e essa prática deve se tornar um hábito diário e constante, cultivado por meio da meditação. A meditação é o meio pelo qual abrimos espaço para a quietude da mente, fortalecendo a conexão com nossa essência profunda. É nesse estado de silêncio e introspecção que encontramos a renovação espiritual, a calma e a clareza necessárias para tomar decisões e a força para enfrentar os desafios da vida. Mais do que uma pausa, a meditação é um retorno ao centro, onde a paz e a sabedoria se encontram, guiando nossa jornada de autoconhecimento.

Busca estabelecer uma conexão entre o sagrado e o mundano, pois a tua experiência transcorre neste plano, que é tão sagrado quanto aquilo que há de mais sublime. Devemos considerar que a espiritualidade não está reservada a um espaço distante ou idealizado, mas se manifesta em cada aspecto da vida cotidiana. Não é preciso fugir do mundo para encontrar a nossa essência, mas sim enxergar o sagrado em tudo o que fazemos, permitindo que a consciência ilumine tanto nossa busca interior quanto as interações exteriores. Assim, o Eremita nos inspira a viver de maneira integrada, unindo o espiritual e o material em uma jornada de evolução.

No caminho do autoconhecimento, é importante reconhecer que as experiências passadas são fundamentais para compreender o presente e construir o futuro mais consciente. O teu futuro está intrinsecamente ligado ao teu passado, e é sobre essa relação que deves refletir. Cada lição aprendida, cada erro cometido e cada momento vívido formam a base da jornada espiritual, revelando padrões e caminhos que precisam ser reconhecidos. Refletir sobre essa conexão é uma oportunidade de integrar as sombras e as luzes do passado, trazendo clareza e propósito para a evolução espiritual.

Chegou o momento de compreender que o bem e o mal caminham lado a lado. Ao aceitar essa dualidade, capacitamo-nos a entendê-la e a extrair dela o melhor proveito. A dualidade é uma parte inerente à existência, e tanto a luz quanto a sombra são componentes essenciais no caminho de autodescoberta e evolução espiritual. A luz irradiada da consciência não elimina as sombras, mas oferece clareza suficiente para que possamos reconhecê-las e integrá-las em nossa jornada. O autoconhecimento exige coragem para encarar tanto nossas virtudes quanto nossas imperfeições, pois é no equilíbrio entre essas polaridades que encontramos o caminho da verdadeira sabedoria. O progresso espiritual não consiste em negar o mal, mas em aprender com ele, compreendendo sua presença como parte integrante da educação espiritual.

Aos neófitos, o mestre recomenda que não devem falar antes do tempo sobre as coisas que já estão aprendendo. O perigo reside na falsa presunção de ter se tornado superior aos outros. Alcançar certo progresso no desenvolvimento espiritual não significa ser melhor que os demais; qualquer comparação é um tropeço no caminho. Um dos mais belos poemas escritos pelo ser humano começa assim: “Siga placidamente em meio ao barulho e à pressa e lembre-se da paz que se encontra no silêncio. Tanto quanto possível, sem se humilhar, viva bem com todas as pessoas. E escuta os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes; eles também têm uma história para contar.”

Espalhe a idéia!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Outros Conteúdos Para Você