É importante destacar que este artigo não tem a intenção de ser um estudo científico ou psicológico, nem pretende abordar de forma exaustiva ou definitiva o tema proposto para esta fase da jornada. Seu propósito é servir como um guia para orientar o conteúdo que será desenvolvido durante o encontro ao vivo da sexta edição da jornada online, em 2024.
Ao explorar o desconhecido em busca da verdade, rapidamente nos deparamos com uma constatação inevitável – pouco sabemos sobre nós mesmos. Estamos acostumados a olhar, ouvir e interagir com o mundo exterior, mas ainda não aprendemos a silenciar o suficiente para ouvir os ecos profundos do nosso interior, que é invisível aos olhos e intangível ao toque.
O Grande Sacerdote representa o mistério da vida e da alma, revelando suas profundas implicações na busca pelo autoconhecimento. Na Estação 6 da Jornada de Autoconhecimento Pelos Caminhos do Tarô, iniciamos nossos estudos e reflexões sobre os mistérios da vida, da alma, do ser humano e da consciência. Esses estudos são conduzidos em conjunto com os Arcanos: O Grande Sacerdote, A Escolha e O Triunfo, proporcionando uma compreensão mais ampla e integrada.
Embora a ciência moderna tenha desvendado muitos dos segredos do corpo humano, ainda não consegue penetrar nas esferas mais sutis da inteligência e da consciência. Nesse campo, as tradições espirituais oferecem uma perspectiva mais ampla, sustentando que a verdadeira essência do ser humano reside além do físico, nas dimensões espirituais que transcendem o que é visível e tangível. As escolas de iniciação espiritual, transmitindo sabedoria desde tempos remotos, continuam sendo fontes primárias de conhecimento sobre o ser humano como uma entidade consciente e espiritual.
Os mistérios da vida e da alma estão à nossa frente. Conseguiremos desvendá-los? O Grande Sacerdote é o intermediário entre o mundo humano e o divino, portador dos conhecimentos esotéricos que nos permitem acessar esses mistérios. Ele é o conciliador dos opostos, aquele que percorre e revela os caminhos desconhecidos.
A vida, embora ainda seja um grande mistério, em seu sentido mais profundo a concebemos como o movimento vital que anima tudo o que evolui no universo. Em nossos estudos, a vida é representada pelo número cinco, que os egípcios antigos o consideravam a chave para a compreensão do universo manifesto. O Grande Sacerdote é o intermediário entre o mundo dos homens e o mundo dos deuses, assim como o seu número, cinco, é o intermediário entre os números que representam a matéria e os que representam o espírito e sua evolução. É o número da vida e da alma.
Platão, em sua obra Timeu, menciona cinco elementos constitutivos do mundo – fogo, ar, água, terra e o quinto elemento, que ele chamou de “matéria celeste”. Este quinto elemento, invisível e sutil, poderia representar o elo entre o humano e o divino, assim como o Grande Sacerdote.
A alma, o princípio dinâmico da vida, manifesta-se em diferentes graus nos diversos reinos da natureza. No mineral, a alma representa o mínimo dinamismo de crescimento. No vegetal, expressa-se no crescimento, reprodução e produção, um processo que nenhum ser humano pode replicar na perfeição da natureza. No reino animal, a alma se manifesta através do instinto e da inteligência.
No ser humano, a alma atinge seu ápice de expressão. Ela é a chave para a evolução da consciência e para o entendimento do propósito espiritual da existência. Embora as tradições filosóficas e espirituais ofereçam definições variadas da alma, há um consenso de que ela representa a essência mais profunda do ser, transcendente ao corpo físico e intimamente ligada ao propósito existencial.
Como dito em textos espirituais, “A alma que anela pela união com o Espírito apenas atinge o seu destino quando chega a hora certa.” Assim, na nossa busca pelo autoconhecimento, não visamos respostas definitivas, mas novas aberturas de consciência. A luz da sabedoria que procuramos já está dentro de nós, esperando que criemos espaço para sua manifestação.
O despertar é um incômodo chamado que nos tira do conforto do mundo material, empurrando-nos para uma jornada interior onde somos desafiados a enfrentar nossas próprias sombras. Esse processo, embora muitas vezes desconfortável, é essencial para o autoconhecimento, pois nos leva a explorar as partes mais ocultas de nossa alma. Ao aceitar esse chamado, iniciamos um caminho de transformação profunda, que nos propicia integrar nossas fraquezas e medos, abrindo espaço para a expansão da consciência e o alinhamento com nossa essência espiritual. O Grande Sacerdote, com sua profunda sabedoria, nos orienta nessa jornada interior, conduzindo-nos com clareza e discernimento para enfrentar os mistérios e as sombras que residem em nosso próprio ser.
2 Comentários
Excelente. Muito obrigado!
Obrigado, Flavio!