O EGITO ANTIGO E O FUTURO DA HUMANIDADE

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O Egito Antigo ainda entoa as canções da vida eterna em nosso tempo. Aquela civilização de grandeza espiritual inestimável, por nós, ainda repercute em nossa memória espiritual como um alento ao nosso futuro.

O futuro da humanidade está escrito no passado distante dos milênios que guardam o mistério da nossa origem, nos mais ricos legados deixados desde quando foram semeados na Terra por aqueles que foram os exemplificadores das verdades espirituais eternas, que floresceram na “terra vermelha” do Egito Antigo.

Segundo o historiador Heródoto (+-500 AC), “de todas as nações do mundo, os egípcios são os mais felizes, mais saudáveis e mais religiosos.”

Emmanuel, no livro A Caminho da Luz psicografado por Chico Xavier diz que, “dentre os Espíritos degredados na Terra, os que constituíram a civilização egípcia foram os que se destacavam na prática do bem e no culto da verdade.”

Nós ainda não compreendemos e tentamos explicar seu modo de vida por nossas concepções atuais e pelo modelo de interpretação da história que foi desenvolvido no meio acadêmico. Mas isso é simplesmente impossível e não vai nos levar a nenhuma compreensão. Para que possamos compreender aquela civilização especial devemos considerar a sua mística, a maneira como eles viviam espiritualmente aqui no mundo.

Eu estive no Egito recentemente, no final de maio e início de junho de 2023, e pude sentir a energia mística ainda impregnada naqueles restos de templos e nas pirâmides. É algo inexplicável, não tem como descrever as sensações íntimas despertadas ao pisar naquele chão sagrado por onde grandes mestres sábios e sacerdotes ensinaram sobre a vida espiritual, por onde andaram milhares de almas em regeneração neste Planeta, ansiosas por retornar à sua pátria espiritual distante em outro Mundo.

Milhares de turistas se misturavam em conturbada procissão pelas pirâmides, museus, templos e no vale dos reis. Mas eram poucos, pouquíssimos mesmo, aqueles que se percebia haver uma conexão íntima com aquele sagrado chão e a mística da antiga civilização que por ali andou.

Os legados deixados por eles ainda repercutem no tempo atual, e repercutirão por séculos ou milênios ainda como exemplos para toda a humanidade deste planeta. Não há como negar isso e temos que reconhecer que esses espíritos vieram ao nosso planeta para, além de suas próprias regenerações cármicas, servir de exemplos aos nativos daqui.

Os fundamentos das principais religiões atuais, cristianismo, judaísmo e islamismo vêm lá do Egito Antigo das mesmas suas tradições espirituais. Maria, mãe de Jesus no cristianismo e a Senhora do Lótus Branco no Egito Antigo; a Santíssima Trindade no Cristianismo (Pai, Filho e Espírito Santo) e a Trindade Egípcia em Isis, Osíris e Hórus. Parece ser a mesma tradição espiritual, parecem estar representadas as mesmas entidades espirituais. Maria e a Senhora do Lótus Branco nos parece ser mesma nossa mãe espiritual em todos os tempos recebendo nomes diferentes de acordo com épocas e povos distintos.

As tradições espirituais e religiosas do Egito Antigo se perpetuam nos cultos de muitas das religiões na atualidade.

Retornando à minha viagem ao Egito, houve um momento marcante na visita ao complexo de templos em Luxor (os templos de Luxor e Karnak). À noite quando descansava antes de dormir, em estado bem relaxado, tive uma visão indescritível do templo de Karnak em toda sua grandeza e colorido. Foi uma visão real interna de como era aquele templo em toda a sua plenitude, que eu não tenho como descrever porque me faltam palavras e capacidade intelectual para entender os significados de tudo o que vi na tela mental naquela noite. Foi como se memórias milenares profundas de repente ressurgissem de um sono de esquecimento, e tudo começasse a se revolver na consciência; como uma nova oportunidade de me regenerar do passado enegrecido por magia negra.

Quase tudo o que sabemos a respeito dessa civilização é da sua fase faraônica. Mas a civilização antiga do Egito começou e teve o seu auge muito antes disso, e as construções das pirâmides e da Esfinge são de uma época bem anterior ao que os egiptólogos dizem.

Do período áureo daquela civilização pouco sabemos. Mas haveremos de saber quando for baixada a guarda do orgulho do academicismo que controla o que deve e o que não deve ser considerado como fato verídico oficial. Talvez quando surgir na Terra algum novo místico da mesma estatura espiritual daqueles sagrados sacerdotes do passado distante no Egito, e de outras terras do oriente, no memento em que a humanidade estiver amadurecida para conhecer a verdade, aquela mesma a que Jesus se referiu quando disse, “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

VISÕES E PROFECIAS - CORPUS HERMETICUM
Do livro Corpus Hermeticum, Hermes Trismegisto, Ed. Polar, página 250, tirei um trecho do diálogo de Hermes com seu discípulo Asclépio:

“Então ignoras, Asclépio, que o Egito é a imagem do céu, ou melhor, que é a projeção aqui embaixo de toda a ordem das forças celestes? Se devo dizer a verdade, nossa terra é o templo do mundo todo!

No entanto, como os sábios devem prever tudo, há uma coisa que deveis saber – virá um tempo em que parecerá que os egípcios observaram em vão o culto dos deuses com tanta piedade. Toda sua santa adoração será ineficaz e estéril, e suas invocações não serão atendidas. Os deuses, deixando a Terra, voltarão ao Céu, abandonando o Egito, sua antiga morada, e o deixará viúvo e privado da presença de seus deuses.

Estrangeiros tomarão conta do país e não apenas negligenciarão as coisas santas, mas, o que é ainda pior, a religião, a piedade, o culto dos deuses serão proscritos e punidos pelas leis. Então, esta terra santa, pátria dos santuários e dos templos, será coberta de túmulos e de mortos.

Ó Egito, Egito!, só restarão de teus cultos relatos vagos nos quais a posteridade não acreditará. Nada restará além de palavras gravadas nas pedras contendo teus relatos piedosos. O cita ou o hindu ou alfum outro vizinho bárbaro habitará e Egito.

A divindade voltará ao Céu; a humanidade, abandonada, morrerá inteira; e o Egito, sem homens e sem deuses, não passará de um deserto. Eu me dirijo a ti, Rio santíssimo, e te anuncio o futuro. Ondas de sangue te inundarão até as margens e trasbordarás, e não apenas as tuas ondas divinas serão poluídas por esse sangue, como também ele fará com que saias de teu leito; e o número de mortos ultrapassará o dos vivos; e se alhuns sobreviverem, serão egípcios apenas quanto à língua, mas estrangeiros quanto aos costumes.” – Corpus Hermeticum, Hermes Trismegisto, Ed. Polar, pág. 250

O IDÍLIO DO LÓTUS BRANCO
Do livro O Idílio do Lótus Branco, Mabel Collins, Ed. Teosófica, páginas 123/124:

“O Egito está morto, mas seu espírito vive, e o conhecimento que era seu ainda é cultivado naquelas almas que se conservam fiéis ao elevado e misterioso passado. Sabem que da profunda cegueira e desarticulação de uma era de descrença, erguer-se-ão os primeiros sinais do esplendor futuro.

O que está por vir é mais grandioso, mais majestosamente misterioso que o passado. Pois enquanto toda a vida da humanidade alça-se por progressos lentos e imperceptíveis, seus mestres bebem sua vida de fontes mais puras e levam sua mensagem do âmago da vida.

O clamor já ressoou por todo o mundo. As verdades são ditas claramente. Despertem! Almas entrevadas da terra, que vivem com os olhos voltados para o chão, ergam esses olhos enevoados e deixem que entre a percepção!

A vida contém mais que a imaginação do homem pode conceber. Enfrentem ousadamente este mistério, e peçam nos recantos obscuros de suas almas a luz para iluminar aqueles recantos da individualidade para os quais estiveram cegos durante mil vidas.

Muito embora de corpos morenos, o Egito está como uma flor branca em meio às gentes da terra, e os ledores dos hieróglifos, dos velhos escritos hieráticos, os professores e pensadores da atualidade não terão capacidade para macular as pétalas daquele grande botão de lótus do nosso planeta.

Não conseguem enxergar a raiz do lótus, nem tampouco a luz do sol rebrilhando nas pétalas. Nada podem ver do botão real, nem podem desfigurá-lo com a jardinagem moderna, pois isto está muito acima do seu alcance. Este lótus cresce acima da estatura do homem e seu bulbo se alimenta nas profundezas do rio da vida.

Ele floresce num mundo de crescimento que o homem só pode atingir em seus momentos absolutos de inspiração, quando passa a ser mais que um homem. Portanto, muito embora seu caule vigoroso se erga em nosso mundo, não pode ser contemplado, nem adequadamente descrito, exceto por alguém que em verdade esteja tanto acima da estatura do homem que pode olhar para baixo, para a face da flor onde quer que brote, no Leste ou no Oeste.

Ali lerá os segredos das forças controladores do plano físico e verá escrita dentro dele a ciência da força mística. Aprenderá como expor as verdades espirituais e penetrar na vida de sua identidade superior; aprenderá também como conservar dentro de si a glória dessa identidade e ainda reter a vida nesse planeta tanto quanto for necessário; reter a vida no vigor da juventude até que sua obra esteja completa. Assim terá ensinado as três verdades a todos que buscam a luz.” – O Idílio do Lótus Branco, Mabel Collins, Ed. Teosófica, pág. 123/124

A VOZ DO ANTIGO EGITO
A Origem dos Egípcios
Do livro A Voz do Antigo Egito, Francisco Valdomiro Lorenz, Ed. Federação Espírita Brasileira, páginas 19/20; 37; 49 e 56/57:

“A história do Egito principia pouco depois do Dilúvio. O historiador grego Heródoto diz que desde o começo do reinado de Menés, o primeiro rei histórico do Egito, até a conquista do país pelos persas decorreram 11.340 anos; disto se deduz que o dito Menés teria subido ao trono uns 11.800 anos antes da era cristã. Segundo Diodoro, Menés teria vivido uns 5.000 anos antes da nossa era.

Mesmo que este cálculo seja mais verossímil que o de Heródoto, temos de ponderar que, naqueles tempos, os egípcios já sabiam escrever e tinham leis codificadas; é, pois, certo que antes daquela época tinham decorrido séculos, durante os quais aquele povo se formava e se consolidava.

Os historiadores dizem que os primeiros reis egípcios, os que precederam a Menés, pertenciam a uma “dinastia de deuses”. Com o termo “deuses” é preciso entender heróis e sábios que governavam pela forma teocrática. O Sacerdote Maneto afirma que o reinado da dinastia divina durou 13.420 anos; teria, pois, começado, segundo a cronologia de Diodoro, a uns 18.400 anos antes do Cristo.” – A Voz do Antigo Egito, Francisco Valdomiro Lorens, Ed. Federação Espírita Brasileira, pág. 19/20

A Esfinge
“Fitando o espaço, ergue-se nos limites do deserto a enorme e enigmática Esfinge, esculpida na rocha, e tendo o corpo de leão com a cabeça humana. A princípio foi uma estátua completa, de mais de 22 metros de altura; pouco a pouco, com o decorre do tempo, o seu corpo foi submergindo na areia que os ventos de Gizé levavam para o deserto. No décimo quarto século antes da nossa era, Tahutimes, a quem os gregos chamaram Thotmes, jovem príncipe da XVIII dinastia, sonhou que o deus da Esfinge se lhe apresentou e disse – “A areia da região onde tenho a minha existência cobriu-me. Promete-me que a afastarás, quando subires ao trono, e eu te auxiliarei e terás um reinado longo e próspera.” – A Voz do Antigo Egito, Francisco Valdomiro Lorens, Ed. Federação Espírita Brasileira, pág. 37.

A Decadência
“Quando a decadência política, moral e econômica do Egito, chegou ao seu ponto máximo, a Providência Divina inspirou os príncipes de Tebas (no Alto Egito) no sentido de que tratassem de reerguer o país. Marcharam eles, com seu numeroso e aguerrido exército, contra Mênfis, onde venceram o exército faraônico e o exército reunido dos monarcas, e fundaram a XI dinastia, que se estabeleceu em Tebas, passando esta cidade a ser então a capital de todo o Egito.” – A Voz do Antigo Egito, Francisco Valdomiro Lorens, Ed. Federação Espírita Brasileira, pág. 49.

A Religião
“No sistema religioso dos egípcios temos de distinguir entre a religião do povo e a dos sacerdotes. Esta era monoteísta, mas a religião popular era politeísta.
Os sacerdotes adoravam um só Deus, do qual tinham ideias espiritualistas, mas revelavam esta verdade só aos iniciados, aptos para compreendê-la. A respeito do Deus único e verdadeiro, lê-se nos livros sagrados dos antigos egípcios – “As nossas mãos não podem tocá-lo. Tudo que existe está em seu seio.”

Como o povo não era capaz de compreender tal concepção abstrata, era necessário dar-lhes uma imagem simbólica, e os antigos sacerdotes egípcios escolheram para tal fim o Sol. A base de sua doutrina secreta era que “Deus manifesta-se pelo Sol”. A Voz do Antigo Egito, Francisco Valdomiro Lorens, Ed. Federação Espírita Brasileira, pág. 56/57.

O Egito não é, pois, somente um país africano. O Egito atual nada tem do Antigo que era chamado Quemete (Khem - Kmt), “terra vermelha”, sagrada de uma civilização que nos deixou os mais ricos legados em termos de moral, ética, civilidade, espiritualidade, filosofia, também ciências diversas.

Se quisermos decifrar o mistério de nossa origem e saber sobre nosso futuro devemos ler os significados ocultos nos simbolismos do Antigo Egito.

Precisamos decifrar o enigma da Esfinge com corpo de leão e rosto humano (talvez indicando o início da humanidade pós diluviana na era de Leão) e as estátuas dos carneiros em Luxor, antiga Tebas (templos Luxor e Karnak), talvez indicando o fim da antiga civilização egípcia que coincide com o período da era de Áries (o signo de carneiro), vindo em seguida a era de Peixes e a vinda do Cristo.

Luìz Trevizani – 28/08/2023