PERSONALIDADE, ALMA, ESPÍRITO, INTELIGÊNCIA E CONSCIÊNCIA

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Ao estudar as semelhanças e possíveis diferenças entre o conceito de personalidade, o de alma e o de espírito, surge a hipótese de que a alma assume o papel da personalidade do ser encarnado, enquanto o espírito constitui a sua individualidade. O espírito é o ser real, portador da inteligência e da consciência que se manifestam pela alma na personalidade.

A alma tem a função de ser o programa de ação do espírito encarnado na personalidade. Possivelmente, também no plano astral enquanto o espírito permanece nas esferas inferiores do mundo espiritual. Das esferas superiores do mundo espiritual não nos atrevemos a conjecturar.

Talvez esta seja uma boa maneira de entender a sua função, considerando que que a alma se nutre dos elementos gerados por nossas ideias, pensamentos, sentimentos e ações e recebe orientações do espírito via intuições, tornando-se assim o campo agregador do carma e do destino, e das manifestações da inteligência e da consciência.

A consciência que está na alma se manifesta como o “eu consciente”. Em outras palavras, é a mente consciente, ou, o campo da mente desperta. Por esta razão, podemos dizer que o ser humano está longe de ser autoconsciente. A consciência de si como o campo de sua mente desperta abrange ainda minúsculo campo de visão no espectro da sua verdadeira dimensão.

Há uma certa dificuldade de comunicação entre a alma e o espírito devido a diferença de linguagens. A linguagem da alma adaptada à personalidade é racional via pensamentos e palavras, por outro lado, a linguagem do espírito é puramente intuitiva por meio de imagens e símbolos.

Podemos então relacionar a alma com o hemisfério esquerdo do cérebro, racional e concreto, e o espírito com o hemisfério direito intuitivo? Estaria certo isso?

A alma na personalidade, estando assim plugada no hemisfério esquerdo do cérebro se utiliza da linguagem analítica, lógica, racional e verbal, dado que precisa da linguagem corrente para se comunicar com o próximo.

Quanto ao espírito, sua linguagem é não verbal, intuitiva e silenciosa.

Dessa maneira entendemos por que certas pessoas sobrevivem ao influxo da energia vital, mas sem conexão entre a personalidade, a alma e o espírito.

Não sei se esta seria uma boa interpretação dos três conceitos, personalidade, alma e espírito, porquanto são campos de nossos estudos ainda em andamento. Portanto, não há pretensão aqui de firmar uma ideia conclusiva a respeito do assunto, mas sim a intenção de instigar a busca de um entendimento mais amplo. E isso se faz da maneira que se sabe fazer.

O assunto é complexo e os entendimentos são variados. Basta respeitar o que cada um entende, meditar e pensar. Talvez escrever, ou falar escutando as próprias palavras, e sem desmerecer o entendimento alheio construir a partir dessas ideias diversas o conceito próprio. E é isso que fazemos aqui. No entanto, ainda estamos só aplainando o terreno para assentar os alicerces, longe ainda de levantar a construção.

Deixando de lado as teorias, na prática o problema se resolve no desenvolvimento do intelecto de modo a nos capacitar a uma tradução livre da linguagem intuitiva do espírito. Isso se faz estudando e silenciando a mente por meio da meditação.

Porém, o intelecto deve ser apenas o meio a serviço da inteligência pelo qual interpretamos e traduzimos a linguagem intuitiva do espírito. Mas o intelecto nunca deve se sobrepor à inteligência; ele é seu serviçal.

Consideremos então o assunto inconcluso e continuemos a estudar e refletir captando as ondas intuitivas que descem da consciência suprema do espírito para a alma, interpretando-as com razoável discernimento.

Luìz Trevizani – 18/02/2024